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Dentes que contam história

Arqueólogos descobriram que o homem já ocupava o continente europeu bem antes do que imaginávamos
Por: Sofia Moutinho, Instituto Ciência Hoje/RJ
Três dentes de adulto encontrados em uma caverna da Inglaterra e dois de leite em uma caverna na Itália são agora considerados os mais antigos vestígios do homem moderno na Europa (Foto: Chris Collins/ Natural History Museum)
Quando o assunto é investigar a vida dos primeiros humanos da história, a ciência precisa encontrar pistas em achados fósseis – afinal, ninguém vive tanto para saber o que aconteceu há milhares de anos. Cada pista encontrada muda um pouquinho a história que contamos sobre nossos ancestrais. E acabam de chegar mais novidades: a análise de cinco dentes de cerca de 45 mil de anos mudou mais uma vez o que se pensava sobre os homens pré-históricos.

Os dentes já haviam sido encontrados há mais de 50 anos em duas cavernas na Europa. Mas só agora os pesquisadores da Universidade de Viena, na Áustria, e de Oxford, na Inglaterra, conseguiram fazer testes que comprovaram a sua origem e a sua tão antiga idade.
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Os pesquisadores reconstruíram os dentes em 3D para melhor analisá-los (Imagem: Stefano Benazzi)
Antes do estudo, acreditava-se que os dentes não eram de homens da nossa espécie, Homo sapiens, mas sim dos neandertais, extintos há 30 mil anos. Uma análise detalhada, que incluiu a criação de um modelo em 3D dos dentes, revelou seus verdadeiros donos.
“Com o modelo tridimensional, conseguimos estudar cada detalhe da forma dos dentes e concluímos que eles eram mesmo de Homo sapiens”, afirma o arqueólogo Stefano Benazzi, da Universidade de Viena. “Há 50 anos, não era possível fazer uma análise tão sofisticada por causa da limitação da nossa tecnologia.”

Os primeiros humanos surgiram na África há cerca de 190 mil anos e se espalharam pelo mundo. Até hoje não se sabia ao certo quando a nossa espécie tinha chegado à Europa, mas a descoberta desses dentes mostra que nossos ancestrais já estavam lá bem antes do que se pensava, há pelo menos 45 mil anos!





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